Caprichos da natureza

Sabe-se que o ipê floresce em agosto e setembro, tingindo manchando o verde das matas com gritantes manchas amarelas. E essa súbita combinação do verde e amarelo, na natureza, coincide com a Semana da Pátria, ocasião em que se celebra a independência política do Brasil. Quis a providência divina que o Brasil se tornasse independente em setembro, mês do verde e amarelo nas matas brasileiras e mesmas cores que predominavam no brasão de armas da família de D. Pedro I e da imperatriz Dona Leopoldina. Essas duas cores da nossa bandeira são, portanto, herança da família real portuguesa. Uma feliz coincidência a floração do ipê amarelo em setembro!
Mas, o ipê da foto é um apressadinho. Ele não espera a proximidade da primavera para se abrir em flores, como também fazem outras plantas. Todos os anos ele se adianta. No último 21 de junho, por exemplo, ele já estava todo florido, apresentando o… inverno!
Artes da construção que ressurgem
Por muito tempo ficou esquecida a arte da CANTARIA, pedra lavrada ou aparelhada em forma geométrica, empregada em construções nobres. Esse tipo de arte pode ser visto nos portais e cantos das paredes das paredes externas das igrejas antigas e outros monumentos públicos da mesma época, como os chafarizes, por exemplo. Foi graças a José Raimundo Pereira, popularmente conhecido como “Juca do Patrimônio” e “Mestre Juca”, antigo mestre de obras a serviço do IPHAN, que a CANTARIA se revitalizou. À frente de oficinas do gênero ele formou profissionais, que não mais existiam no mercado de trabalho. Para revitalizar a CANTARIA, ele teve até que criar ferramentas.

Trazida de volta a CANTARIA, temos agora o retorno das construções dos muros em PEDRA SECA. Também esse tipo de muro que, antigamente, era edificado para separar extensas propriedades, deixou de ser utilisado e, consequentemente, se perderam os profissionais. Lamentavelmente, não sabemos informar quem e como se revitalizou essa arte. O fato é que novos muros do gênero se erguem, aqui e acolá, ao que tudo indica, obedecendo as mesmas técnicas dos antigos construtores. É bom saber que há pessoas sintonizadas com antigas atividades, que não mereciam ter desaparecido e que graças àquelas primeiras revitalizam-se.

Aqui mostramos dois aspectos de um muro de pedra seca, recém-edificado, na Rua Claudionor de Castro – Cachoeira do Campo/Ouro Preto-MG
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Indescritível a emoção que esses muros de pedra nos nos causam…
Hoje,”tão longe…de mim distante”…sei aonde irá meu pensamento:fugidio dessa pompa hodierna,de benefícios imprescindíveis,a memória admira,agradece e louva os incomparáveis prodígios do progresso do momento passante…mas ele,o pensamento,é de uma fidelidade enternecedora…ele se reestrutura alimentando-se no presente inspirando-se da experiencia do passado e impulsionado pela inquietude do futuro!
Este é aonde vai meu pensamento diante desses falantes “muros de pedra”,especialmente esses de Cachoeira do Campo…tomara que não sejam demolidos para que muitas gerações possam contar seus préstimos em meditações,em prosa e em verso!
Assim como me sensibilizam esses toques de arte, numa homenagem ao passado, sabia que você não deixaria de se manifestar. Não sei se você conseguiu detectar a localização do muro. Ele está nos fundos da área remanescente do quintal de Afonso Maximiano, justamente no ponto onde era a horta. O imóvel, hoje, pertence ao seu neto, Luciano, filho do Geraldo
Parabéns pela retomada do site. Conteúdo importante para estudiosos e simpatizantes de Ouro Preto.
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