Dia Mundial de Combate à Poliomielite: cobertura vacinal contra o vírus caiu no Brasil nos últimos cinco anos

A única forma de prevenção contra a poliomielite é a vacinação. Porém, desde 2016 a cobertura vacinal contra a pólio no Brasil tem caído e está abaixo dos 95% preconizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). É o que alerta a epidemiologista Carla Domingues, ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunização (PNI). 

“O país que sempre atingiu 95% de cobertura vacinal começou a diminuir a taxa de cobertura e ano passado, em 2020, atingiu a meta de apenas 70% de cobertura vacinal contra a pólio. Isso significa que pelo menos 700 mil crianças ficaram sem receber a vacina. E isso abre espaço para que uma pessoa infectada, ao entrar no Brasil, possa contaminar outra pessoa e nós voltarmos a ter a contaminação da pólio”.

Isso se deve ao fato de a poliomielite ainda não ter sido erradicada mundialmente. Países como Afeganistão e Paquistão ainda possuem a circulação do poliovírus selvagem e, por isso, existe a chance de a doença voltar a circular através da movimentação internacional, seja pelo turismo ou comércio.

As doses devem ser aplicadas nas crianças aos 2, 4, 6 e 15 meses de idade e, até completarem cinco anos, elas devem receber doses de reforço anualmente. Para aumentar a conscientização sobre a importância da vacinação contra o vírus, o Dia Mundial de Combate à Poliomielite é celebrado neste domingo, 24 de outubro.

“Esses dias comemorativos são para que a gente possa estar alertando a população, lembrando que isso é um problema de saúde pública, um problema que a gente precisa enfrentar e que a gente tem que ter a nossa população devidamente vacinada. Esse dia é fundamental para que a gente fale que poliomielite é uma doença grave que pode matar ou deixar sequelas irreversíveis para toda a vida.”, comenta a epidemiologista.

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O que é a poliomielite

A poliomielite, também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada por vírus, que pode infectar crianças e adultos. Nos casos graves, os membros inferiores do corpo são os mais atingidos e acontece a paralisia muscular. 

A região das Américas, o que inclui o Brasil, conseguiu eliminar a pólio em 1994. A estratégia adotada para essa eliminação foram as campanhas de vacinação. Carla Domingues considera que o papel do PNI foi “fundamental e estratégico” para a erradicação da doença no país.

“Conseguimos manter elevadas coberturas vacinais por mais de 20 anos. Isso fez com que deixassem de acontecer mais de 10 mil casos da doença por ano. Foi um grande êxito para a saúde pública do nosso país”, diz.

Transmissão

  • Falta de saneamento básico e de medidas adequadas de higiene;
  • Má qualidade da água utilizada para consumo e alimentos preparados sem cuidados devidos de higiene;
  • Não lavar as mãos quando for preparar as refeições, começar a comer ou depois de usar o banheiro.

Sequelas

  • Problemas e dores nas articulações;
  • Pé torto, conhecido como pé equino, em que a pessoa não consegue andar porque o calcanhar não encosta no chão;
  • Escoliose e osteoporose;
  • Paralisia dos músculos da fala e da deglutição;
  • Atrofia muscular.

Não existe tratamento específico para a poliomielite, todas as vítimas de contágio devem ser hospitalizadas para receber tratamento dos sintomas de acordo com cada quadro clínico.

Fonte: Brasil 61

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