Pois é, hoje, terça-feira de carnaval e, nem de longe, o dia se parece com com seus correspondentes, no passado. Há menos sons no ar do que em uma sexta-feira da Paixão, e há muito menos gente nas ruas que em qualquer outra ocasião.
São 15h43, quando, em carnavais passados, o fervilhar de crianças, dirigindo-se ou voltando da matinês, se confundia com bandos e blocos de mascarados a promover a pândega; ou ainda folião isolado, bem caracterizado a desafiar a curiosidade dos que tentavam descobrir sua identidade.
Os bailes infantis se encerravam às 16 horas e os músicos só tinham tempo de ir tomar banho, comer algo, porque, logo ao anoitecer, haviam que estar prontos para o desfile dos cordões, nas ruas, seguido dos bailes de salão até o raiar do dia.
Confete e serpentina, cores vivas, coloriam as ruas, e, no ar imperavam sambas, frevos e marchinhas, vindos dos rádios domésticos, ligados durante todo o dia.
Parece irreal essa narrativa, mas, cachoeirenses do passado eram bons foliões e promoviam bons carnavais.
A comunidade cachoeirense era bem bem menor, mais pobre, mas se virava para se divertir e promover a diversão carnavalesca, sem qualquer outra participação. NGB