O sinal 5G já foi liberado em Rio Branco (AC) e a tecnologia promete mais velocidade de navegação ao usuário comum. Mas é no setor produtivo do Acre que a nova tecnologia de internet móvel pode promover uma revolução. Com maior tráfego de dados, menor tempo de resposta entre envio e recebimento de comandos e a possibilidade de várias conexões em uma mesma rede, o setor produtivo do estado pode se automatizar, inserir novos maquinários e tecnologias, e otimizar os processos.
Segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Produto Interno Bruto industrial do Acre em 2019 foi de aproximadamente R$ 1 bilhão, o que equivale a mais de 7% de todo o PIB do estado. O setor, que em 2020 chegou ao número de 844 empresas, também gera mais de 12 mil empregos, com destaque para construção, alimentos e serviços industriais de utilidade pública – que devem ter forte evolução graças ao processo de universalização do saneamento básico.
Com o 5G, a tendência é que vários processos automatizados levem a uma maior economia e organização. E isso só é possível porque estima-se que a nova internet suporte aproximadamente a conexão simultânea de um milhão de dispositivos por quilômetro quadrado, o que leva à evolução da Internet das Coisas (IoT), em que máquina “conversa” com máquina para produzir uma análise mais rápida de dados.
Considerado o pilar da indústria 4.0, o 5G permitirá também que a Inteligência Artificial faça ajustes de forma contínua, para que a produção se mantenha sempre de acordo com a demanda, ou ainda monitoramento 24 horas por dia e otimização de desempenho e segurança. Homero Salum, diretor de Engenharia da TIM Brasil, diz que a internet de quinta geração vai impactar não só a rotina do dia a dia, como também revolucionar diversos setores no estado.
“Com conexões melhores e mais rápidas, o 5G é capaz de conectar máquinas, objetos, coisas e pessoas. Por isso, é chamada a tecnologia do futuro. Essas características vão impactar o Brasil em inúmeros segmentos da indústria, do setor de serviços, do agronegócio e até mesmo as rotinas das pessoas dentro das casas”, aponta Salum. “Na indústria, que vai gerar máquinas e equipamentos para toda essa conectividade, o impacto será revolucionário.”
Luciano Stutz, presidente da Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações (Abrintel), revela que o 5G vai impactar tanto as micro e pequenas empresas quanto as de maior porte. Para a grande indústria, a maior novidade será a possibilidade de criar redes privadas com a tecnologia, o que vai otimizar ainda mais os processos e ganhos. Ele ressalta, no entanto, que todo e qualquer produtor que tenha acesso vai começar a se beneficiar a partir de agora.
“O empresário que está incrustado dentro da cidade e que faz também o processo fabril, ou o pequeno agricultor que está na borda e pode se cobrir com esse 5G, ou um microempreendedor pode, sim, ter seus processos produtivos melhorados. Você vai ter uma indústria que vai trabalhar com 5G, esse já vai poder operar um equipamento à distância, seja um drone, um semeador, seja uma máquina agrícola, se ele já tiver acesso ao 5G. Aquelas indústrias que se prevalecem de meios mecânicos, automatizados para fazerem seu processo produtivo, se aproveitam do 5G na medida em que estão presentes”, destaca Stutz.
Em Rio Branco, as micro e pequenas empresas são responsáveis por 95,2% do total de indústrias. Somente em 2021, segundo a CNI, a indústria local exportou US$ 19 milhões – o setor é responsável por mais de 38% de tudo o que é exportado pelo estado.
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O 5G que está sendo instalado nas capitais está presente principalmente na área central. No caso de Rio Branco, segundo as regras do edital, as empresas Claro, Tim e Vivo devem ativar, pelo menos, 15 estações de 5G, mas as operadoras estão disponibilizando uma quantidade de estruturas maior do que a mínima exigida. A capital acreana tem hoje, pelo menos, 28 bairros atendidos com a nova tecnologia, entre eles Centro, Abraão Alab, Aeroporto Velho, Aviário, Bahia, Base, Bosque, Cadeia Nova, Cadeia Velha, Tancredo Neves, Capoeira, Ivete, Vargas, e Nova Estação.
Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), até o momento foram ativadas 5.275 estações 5G standalone nas capitais brasileiras, o dobro do mínimo estabelecido pelos editais. As capitais representam 24% da população brasileira, ou seja, cerca de 50 milhões de usuários brasileiros já podem se beneficiar do 5G puro. A previsão é de que até 2025 as operadoras instalem outras 6 mil estações, ampliando a onda de cobertura da nova tecnologia.
Além de Rio Branco, outras 4 capitais receberam o 5G no dia 6 de outubro: Belém (PA), Macapá (AP), Manaus (AM) e Porto Velho (RO). Com a liberação dos cinco municípios, se completa o ciclo inicial da operação da nova tecnologia em todas as capitais do país.
O cronograma inicial de ativação do 5G no Brasil previa que o sinal inicial estivesse disponível em todas as capitais, com uma antena para cada 100 mil habitantes, até o dia 28 de novembro. A nova etapa prevista no edital é de levar a tecnologia de quinta geração às cidades com mais de 500 mil habitantes, o que vai beneficiar mais de 500 municípios.
Fonte: Brasil 61