As indústrias de construção e transformação registraram saldo de 2.562 vagas de emprego formal no Ceará nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O desempenho do setor no estado reflete a p
erformance da indústria no nível nacional.
De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o emprego no setor aumentou 0,1% no primeiro mês do ano. O índice vem subindo desde novembro e acumula alta de 0,5% no período.
Além disso, o faturamento real da indústria de transformação cresceu 2,8% em janeiro de 2022. Foi a terceira alta consecutiva do indicador, que já havia crescido em novembro e dezembro. A alta acumulada nesse período é de 6,6%. Apesar do bom resultado em ambos os indicadores, o economista Benito Salomão destaca que é preciso esperar mais para ver se a retomada da atividade industrial é sustentável.
“Eu acho que ainda é cedo para falar em uma recuperação da indústria, porque você está utilizando só dois indicadores: faturamento, que cresceu, e emprego, que cresceu, mas levemente, uma alta de 0,1%, praticamente uma estabilidade. Se você olhar as horas trabalhadas, esse indicador está estável. Se você olhar a produção, a produção está em queda”, avalia.
“Esse aumento do faturamento, na verdade, pode estar significando simplesmente uma alta de preço e não, necessariamente, uma expansão do setor como a gente gostaria”, completa Benito.
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O deputado federal Heitor Freire (União-CE) comemora o resultado. “Há dois anos nós estamos em recessão econômica por conta da pandemia de Covid. O mundo inteiro sofreu e o Brasil sentiu de maneira ainda mais forte por estar se recuperando de um governo que foi devastador em sua economia, como foi o governo do PT. Estávamos tentando nos levantar, daí veio a pandemia para derrubar novamente. Saber que estamos há três meses mostrando resultados positivos nos dá muita esperança de que dias melhores estão por vir”, ressalta.
Segundo o parlamentar, os números da atividade econômica indicam que a pandemia está controlada e ficando no passado. “Ou pelo menos, que estamos aprendendo a conviver com ela”, completa. “Eu vejo que estamos voltando a respirar e a produzir, que as pessoas estão começando a ter mais confiança para consumir”, avalia.
Contraponto
Apesar da melhora no faturamento e emprego, o indicador que mede Utilização da Capacidade Instalada (UCI), isto é, a quantidade de máquinas e equipamentos da indústria que estão em uso para atender à demanda, caiu pelo sétimo mês consecutivo.
Segundo a CNI, a UCI caiu 0,3% entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022, e chegou a 79,1%. Em junho do ano passado, a UCI alcançou 83,3%, o ponto mais alto desde 2014. Na prática, significa que há mais máquinas e equipamentos parados do que havia em junho de 2021.
O deputado Heitor Freire afirma que a retomada não está 100% consolidada porque as pessoas estão adquirindo confiança para voltar a consumir. “Claro que há ainda uma grande e uma certa resistência, medo do futuro, medo de tudo fechar novamente, trazendo de volta o desemprego e a perda do poder aquisitivo. Mas acredito que o pior já passou e agora é hora de olhar para frente, trabalhar e crescer”, destaca.
Além da UCI, outro índice industrial recuou em janeiro: as horas trabalhadas na produção, que permaneceram praticamente estáveis entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022. A queda foi de 0,1%, segundo a CNI. Mesmo assim, o indicador está acima do registrado no início de 2021 e antes do início da pandemia.
Fonte: Brasil 61