No estado de São Paulo, o setor de Serviços apresentou o maior aumento de pessoas ocupando o mercado de trabalho entre o segundo e o terceiro trimestre de 2023, com 272 mil novos empregados. Em seguida, o Comércio apresentou crescimento de 62 mil e Construção de 8 mil. No total, foram 268 mil novas ocupações, com 100 mil empregos com carteira assinada e 168 mil vagas informais. Os dados foram divulgados pela Fundação Seade.
César Bergo, economista, aponta alguns fatores que influenciaram no aumento dos empregados nesses setores. “Você tem a retomada dos programas de governo, programa de aceleração do crescimento, a questão também da construção civil. Então a gente observa que esses setores são muito fortes na contratação de obras, sobretudo no estado de São Paulo, que é o maior Produto Interno Bruto do país.”
Já Hugo Garbe, também economista, aponta a recuperação econômica pós-pandemia do coronavírus como um fator que contribuiu para o aumento da demanda por serviços e comércio com a retomada das atividades econômicas. “A adaptação das empresas às novas demandas do mercado, como o crescimento do comércio eletrônico e serviços digitais, também podem ter contribuído”, avalia.
Em todo o estado de São Paulo, o total de ocupados no mercado de trabalho foi de 24,2 milhões, um aumento de 1,1% entre o segundo e o terceiro trimestre de 2023.
Apesar do resultado positivo, o setor de Indústria apresentou uma queda de 63 mil ocupações no mercado de trabalho, seguido por Agricultura (-8 mil). Serviços Domésticos permaneceu estável.
César Bergo informa que a Indústria vem mostrando uma dificuldade de recuperação, principalmente em função da política monetária, que elevou a taxa de juros. Já a Agricultura pode ter sido afetada pelo fim da safra, conforme aponta o economista.
Expectativas para os próximos meses
De acordo com Bergo, a Construção Civil, Comércio e Serviços devem continuar fortes em 2024, e apesar da dificuldade da Indústria, os investimentos podem voltar, apresentando um resultado mais positivo no setor.
Hugo Garbe também aponta para uma continuação do crescimento, especialmente nos setores de Serviços e Comércio, mas dependente de fatores macroeconômicos e políticos. “Incertezas econômicas globais, como inflação e taxas de juros, podem impactar as projeções”, completa.
Taxa de desocupação
Entre o segundo e o terceiro trimestre de 2023, houve uma redução na taxa de desocupação, diminuindo de 7,8% para 7,1%, enquanto a taxa composta de subutilização da força de trabalho também caiu de 14,8% para 13,8%. Durante o período de julho a setembro, aproximadamente 1,9 milhão de pessoas estavam sem emprego.
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Fonte: Brasil 61